segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Trabalho escravo no Brasil contemporâneo

Textos produzidos por alunos do 8o ANO do ensino fundamental, da ESEBA/UFU.
Professora: Leide Alvarenga Turini

Trabalho escravo no Brasil contemporâneo
Rafael Valle de Resende – 8º C

Não foi com a aprovação da Lei Áurea em 1888 que a escravidão no Brasil foi extinta completamente. Hoje ainda é evidente que existem muitos trabalhadores escravizados no Brasil, mesmo que a maioria da população desconheça totalmente essa situação porque os proprietários escondem a realidade e a maior parte da imprensa não divulga ou denuncia o problema.
Dados indicam que existem cerca de 25 mil pessoas na forma de escravos no Brasil. Pode ser difícil imaginar como alguém pode aceitar essa condição ou até mesmo se tornar escravo, mas uma pessoa que está desempregada, está passando fome, em condições miseráveis, está prontinha para aceitar qualquer oportunidade de melhorar suas condições de vida. E são exatamente essas pessoas o principal alvo dos “gatos” para o trabalho escravo. Os “gatos” são aquelas pessoas contratadas pelos proprietários para ‘enganar’ os trabalhadores, servindo de fachada para que os fazendeiros não sejam responsabilizados pelo crime caso aconteça alguma coisa.
E é assim que acontece, o “gato” chega até essas pessoas, nas condições citadas anteriormente, lhes oferece tudo de que precisavam e convence-as de ir consigo. Quando os trabalhadores chegam à fazenda, já devem várias coisas ao proprietário, e assim eles se tornam cada vez mais presos ao fazendeiro, nunca conseguem pagar suas dívidas, se esforçam muito no trabalho, vivem em condições e ambientes precários e não tem como fugir.
O que muitos trabalhadores sofrem hoje no Brasil não é a mesma forma de trabalho escravo de antigamente. Até o século XIX, o trabalhador (escravo) era comprado, e essa prática não era ilegal, já hoje, o trabalhador é aliciado, enganado, e apesar de receber um pequeno salário, ele não é suficiente nem para pagar as dívidas do trabalhador. Isso sem contar que, antigamente, um escravo custava muito mais caro ao proprietário. Hoje, um fazendeiro que utiliza mão-de-obra escrava, não tem praticamente custo algum com um trabalhador escravo.
Atualmente, as pessoas que são contra o trabalho escravo lutam para a diminuição e até mesmo o fim dessa exploração. A partir das pressões feitas, o governo criou grupos como a GERTRAF, Grupo Executivo para o Combate ao Trabalho Escravo, e a CONATRAE, Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. São também para essa finalidade, o Grupo Especial de Fiscalização móvel, que realiza o trabalho de fiscalizar as fazendas para se certificar de que não há indício dessa exploração, e a Lei de Proposta de Emenda à Constituição, PEC.
Essa lei, PEC, propõe que é necessário confiscar a terra dos que utilizam trabalho escravo, pois é um dos principais meios para eliminar a impunidade. Na maioria dos casos em que um fazendeiro é encontrado escravizando trabalhadores, ele não é preso nem punido de nenhuma outra forma, e a aprovação da PEC pode servir como mais uma barreira para um fazendeiro explorar esses trabalhadores.
Eu defendo a idéia de que devemos tentar ao máximo possível acabar com o trabalho escravo no Brasil, pois ninguém gostaria de estar nessa situação, e assim, talvez um dia o trabalho escravo no Brasil seja extinto de verdade; acho que devemos incentivar as leis contra essa exploração e os grupos de combate ao trabalho escravo.

A escravidão na atualidade


Caroline Barcelos Gonçalves- 8ºB

No Brasil atual ainda existem formas de trabalho escravo. Atualmente um trabalhador se torna escravo por não ter emprego, por estar vivendo em péssimas condições de vida ou por ser um trabalhador rural sem acesso a terra. Esse trabalhador deixa sua casa em busca de sustento para sua família e, ao ouvir falar em fazendas com propostas de bons empregos, ele vai para estes lugares com a esperança de uma vida melhor. Algumas vezes o trabalhador vai espontaneamente, outras vezes (a maioria dos casos) ele vai aliciado por “gatos”, pessoas que fazem a ponte entre o empregador e o trabalhador e são responsáveis por conduzir estes últimos até as fazendas. Outras vezes, os “trecheiros”, que são os trabalhadores que vão de um canto a outro do Brasil em busca de trabalho, acabam hospedados nos chamados “hotéis peoneiros” que são.... Como não têm dinheiro para pagar as estadias, ficam ali até que os gatos venham buscá-los e levá-los para as fazendas, após pagar as suas dívidas. Ao chegarem às fazendas, percebem que já têm dividas com o patrão e essas dívidas se agravam porque o trabalhador tem que comprar não apenas seus objetos de trabalho, como também alimentos e produtos de limpeza pessoal. Na hora do pagamento percebem que o valor a receber é bem menor que a dívida contraída, então os trabalhadores acabam ficando presos aos fazendeiros como verdadeiros escravos.
O trabalho escravo da atualidade pode ser até pior do que o trabalho escravo dos séculos XVI-XIX. porque antes era legal, permitido por lei uma pessoa ter propriedade sobre outra, atualmente é ilegal, mas mesmo assim, esse problema ainda ocorre. Entre esses dois tipos de trabalho escravo existem muitas diferenças a começar do ponto de vista da lei; antigamente o trabalho escravo era utilizado principalmente nas plantações e hoje é utilizado principalmente na pecuária, na antiga escravidão o custo para aquisição da mão de obra era muito alto e quase no final da escravidão legal até escassa, hoje o custo para aquisição da mão de obra é muito baixo e chega até a ser descartável porque possuem muitos trabalhadores vivendo na miséria, precisando de trabalho e são enganados, sendo escravizados. Podemos destacar ainda o relacionamento senhor - escravo que era por um longo período e hoje é por um curto período; antigamente só se escravizavam negros africanos ou descendentes deles, hoje já não importam as diferenças étnicas; os lucros do antigo sistema de escravidão existiam porem eram pequenos pelo alto custo da mão de obra, hoje ao contrário os lucros são muito elevados.
A sociedade brasileira é muito passiva, nós como seres humanos de bem temos que cobrar dos nossos representantes ações contra o trabalho escravo. A lei proíbe, mas por que ele ainda existe? Por que a sociedade não cobra de seus governantes um ação mais profunda? A sociedade apóia as leis, mas não cobra que elas sejam postas em prática; reclama do país, mas não faz nada para ele mudar. A minoria da população cobra “fica em cima” dos governantes para um mudança, este é o caso, por exemplo, daqueles que querem a aprovação do PEC (Proposta de ementa constitucional), exerce pressão, mas ainda não é suficiente. Já os governantes criam leis e programas como o GERTRAF (Grupo executivo para o combate ao trabalho escravo), o Grupo móvel de fiscalização e a CONATRAE (Comissão nacional para erradicação do trabalho escravo), mas as punições não são colocadas em prática, ou não servem de exemplo, muitas vezes os “amigos”, aliados dos proprietários escravocratas no governo. Uma punição para um escravocrata atual chefa no máximo a ser pagar os salários atrasados dos trabalhadores e uma indenização pequena, nunca se viu um escravocrata ser preso, punições severas não são aplicadas.
Vamos mudar esta situação sendo mais atuantes, cobrando mais de nossos governantes porque só reclamar é fácil, mas cobrar, exigir e participar não é fácil nem “optativo”, e necessário.

Um comentário:

  1. Tem uma parte no texto em que termina em reticências não dando continuidade ao assunto.... Mas o resto ta bom gostei

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